YOU DON'T SEE!

YOU DON'T SEE!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Winter

Lá fora a chuva caía, caia de uma maneira incessante, compassada, mas perturbava-me imenso. Via cada imagem a afastar-se.
Cada árvore, cada flor, tudo me implorava para que eu as salvasse. As salvasse do frio, da chuva perturbadora, do som árduo de cada trovão… e agora apareceu um relâmpago e eu vou contar cada segundo até soar o trovão e vou conseguir salvar a natureza que me olha a chorar e que eu sinto a cada Km que passa.
Contei os segundos que iam ficando cada vez mais reduzidos.
Olhei para o céu que ia sendo preenchido por pequenas estrelas brilhantes.
O dia estava a ser consumido pela noite e a minha natureza ia correr risco de vida.
Coloquei os fones e pressionei o botão do volume até deixar de ouvir o bater do meu coração, o som das ideias que teimavam em pular no meu cérebro e o som do silêncio que se mantinha no carro.
Lá fora continuava o árduo Inverno e foi quando senti o carro parar no semáforo que ganhei coragem para abrir a porta e correr com toda a força que ninguém conhecia e que eu própria desconhecia.
Só parei quando me senti realmente cansada e vencida pela chuva.
Então, deixei-me cair lentamente junto a uma árvore. Fiquei só dela, ela ficou só minha. A chuva parou.

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